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Mário Rita |
Os obuses caem
No coração da cidade
Geometrizam o espaço
O espaço é o sem fundo
As mãos dos filhos que morreram
Flutuam no sem fundo
O espaço não é a geometrização do lugar onde estão as mães
Se há algumas matérias que não correspondem à virtualidade
Outras obedecem-lhe com cegueira
O espaço desloca-se
E os filhos perdem a corporeidade
A corporeidade é uma tendência
Que aflige os que ainda não morreram
Ou estão a morrer porque o corpo pesa-lhes
Que nem um saco de cimento
Estão em transe as mães de tanta dor